
Responsável pela preservação de um ecossistema único de dunas, mangues
e restingas, o Parque Nacional dos Lençóis está dividido pela embocadura do rio piriá, onde ocorre a transição de duas áreas
distintas: a oeste predominam as rias e, a leste, as formações arenosas que formam os chamados lençóis do litoral maranhense.
As rias são costas de recortes profundos, onde o mar é raso e as praias lodosas, com manguezais, dunas,
restingas e pequenas falésias, enquanto os lençóis correspondente a uma série de dunas que se prolongam desde o Golfão Maranhense
até a foz do Rio Parnaíba.
Em sua totalidade, o solo do parque é formado por depósitos aluvionares recentes, constituidos
de cascalhos, areias e argilas. As dunas, fixas ou móveis, que ocorrem no litoral, avançam em direção ao continente até uma
distância de 50 Km da costa. Devido ao represamento dos rios pelas marés, toda área é mal drenada e com alto teor de sais.
Na ponta noroeste do parque, onde estão os manguezais, a vegetação é formada pelo mangue vermelho(Rhizophora mangle),
que pode alcançar até doze metros de altura, mangue-branco (Laguncularia racemosa) e mangues-siriuba (Avicenia tomentosa,
Avicenua nitida).
Nas praias e dunas, sob o efeito contínuo da água e dos ventos marinhos, a vegetação tem aspecto
peculiar, destacando-se entre as espécies o campim-da-areia (remiria maritima), carrapicho-da-praia ou espinho-de-roseta (Acicarpha
spathulata) e pimenteira (Cordia curassavica).
Já nas restinga ocorrem espécies não diretamente sujeitas ás marés,
mas ainda sob influência do solo arenoso e da proximidade do oceano. São encontrados aí o cipó-de-leite (Oxypetalum sp), orquídea-da-restinga
(Epidendrum ellipticum), erva-de-cascavel (Crotallaria striata), sumaré-da-areia (Cyrtopodium sp), araticum (Annona coriacea),
janaúba (Plumieria sp), cebola-da-restinga (Clusia lanceolata) e mangabeira (Hancornia speciosa).
Nos períodos de
postura, diversas espécies de tartarugas-marinhas procuram as praias do parque, destacando-se entre elas a tartaruga-verde
(Chelonia mydas), tartaruga-comum (Lepiduchelys olivacea), tartaruga-de-ouro (Dermochelys couriacea).
As aves, principalmente
as migratórias, utilizam a região como ponto de apoio em suas viagens, estando nesse caso o trinca-réis-boreal (Sterna hirundo),
um visitante regular quando não está no período reprodutivo, e o pequeno maçarico-rasteirinho (Calidris pissila), procedente
do Ártico. De fevereiro a abril é a época das marrecas-de-asa-azul (Anas discors) visitarem o parque, oriundas dos Estados
Unidos.
Nos mangues, além de inúmeras espécies de peixes, crustáceos e moluscos, pode-se observar as jacaretingas
(Caiman crocodilus), que se alimentam preferencialmente de peixes. E, entre os mamiferos, há exemplares de veado-mateiro (mazama
americana) e paca (Agouti paca).
FICHA TÉCNICA
Data de criação: 2 de junho de 1981, pelo decreto federal nº
86060. Localização: Maranhão, abrangendo os municipios de Barreirinha e Primeira Cruz. Área: 155000 hectares. Perímetro:
270 Km. Clima: tropical, de zona equatorial, quente semi-úmido, com quatro a cinco meses secos. Temperaturas: média
anual de 26°C, máxima absoluta de 36°C e mínima absoluta de 16°C. Chuvas: entre 1500 e 1750mm anuais. Relevo: plano
Fonte IBAMA PARQUES NACIONAIS
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